Perdemos o autocarro,
O último a passar.
Viemos a pé
E a assobiar.
A meio do caminho
Alguém disse num grito
Que andava no ar
Um cheiro esquisito.
O ar odorífero
Soprava da esquerda.
Cheirava a caruma,
A musgo e a merda.
Ficámos curiosos
Com a fragrância do ar.
Chegámos mais perto
Para apreciar.
Uma coisa insólita
Se estava a passar:
Um rapaz em cócoras
No pinhal a cagar.
O rapaz tão franzino
Excretava aos montões.
Saíam-lhe do cú
Grandes cagalhões.
Enquanto cagava,
E a acompanhar,
Largava favecas
Que o faziam saltar.
Veio uma rabanada
Mui forte de vento.
Desiquilibrou-se e caiu
Com o rabo no excremento.
Cagou a camisa,
As calças, as cuecas
E as bordas borradas
Pareciam panquecas.
Colou-se-lhe ao cú
Palha e areia.
O rapaz aflito
Viu a coisa feia.
No meio da aflição,
Com danças rabigas
Roçou o cú
Num molho de urtigas.
Era grande o queimor,
Também a comichão.
Esfregou o rego e as nádegas
Com os dedos da mão.
Picavam-lhe mosquitos
Em vários lados.
Coçou o corpo e a cara
Com os dedos borrados.
Vestiu-se e zarpou
Com ares pouco ridentes,
Cheio de pressa
E merda até aos dentes.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
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