quarta-feira, 1 de maio de 2013

O Amor


O Amor é arco-da-velha
De mil cores no firmamento
É o sol numa centelha,
Um decénio num momento.

O Amor é misericórdia,
Piedade ao pecador,
Traz acordo, traz discódria,
É escuro, é esplendor.

O Amor é grande vitória
Da virtude da derrota.
É mito, lenda, é história
É fonte que seca e brota.

O Amor é terra e mar,
Um jovem de longa idade,
Desencanto de encantar,
É degredo, é liberdade.

O Amor, de são, delira,
É cego em ver tão bem.
É verdade, é mentira
É tudo e nada também.

O Amor é vida, é morte,
É alegria, é lamento.
É o azar que traz a sorte
Da fortuna de um tormento.

O Amor é Treva, é Luz,
É Deidade, é Demónio.
Tão contrário a si se aduz,
O Amor é também Ódio.

Princesa que a sorte me fez conhecer


Cândida boca de lábios molhados
Onde me encontro e me perco num beijo
Oceânico olhar de olhos ondeados
Onde me afogo e liberto em desejo

Corpo macio, silhueta perfeita
Fragrância a jasmim, a rosa e a cravo
Menina ladina que se esconde à espreita
De cujas saudades de mim fazem escravo

Sol do meio-dia, arrebol d'alvorada
Crepúsculo tardino ao fim da madrugada
Suspiro das minhas noites, auguro dos meus dias

Mélica carícia, sorriso de enternecer
Brilho lunar de estrelas luzidias
Princesa que a sorte me fez conhecer