Tempo que foges e tudo mudas,
Da pele de cordeiro à pele de judas,
Já não tenho o passo que te acompanha.
Onde termina teu desaguar,
O teu fluir de imensidão tamanha?
A tua viagem é a minha viagem,
O teu andar é o meu andar
Mas não te posso acompanhar.
Já não sou roda na engrenagem
Nesta máquina de perpétuo movimento
De astros e tantas coisas mais.
Tempo, de onde vens, para onde vais?
Tudo, em ti evolui e eu me quedo,
Imutável, fixo, inalterável, permanente
Sem alguma intriga, algum enredo
Onde me prenda, me esconda, me enrede,
Me torne história. Sigo silente, indiferente,
Só existes para além de mim
Da minha memória que já nem de ti sabe,
Deste sentir que já nem em ti cabe.
Navego um mar de calma com ilhas de frenesim,
Intemporais como um todo teu
Vazio de tudo o quanto é meu
Sentindo apenas não ver o fim.
Levas-me pela mão, qual amigo
E sou, sem querer, levado contigo.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
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