domingo, 15 de maio de 2011

A viagem

Sabia que lhe esperava uma grande viagem. Procurei perceber o que o impedia. Reparei que a jangada não bulia devido à baixa profundidade das águas perto da costa tão serenas que se era incapaz de distinguir as ondas. Quando me abeirei da jangada, descobri que se encalhara em cima duma letra S deslocada da palavra BRUXELAS, porventura escrita numa outra língua. Empurrei-a para a frente, caindo em terra seca. Disse-me ele que o mar tinha recuado. Corri ao longo da praia e arremessei-a para o mar. A jangada era uma palete de madeira frequentemente usada no transporte de mercadorias. O mar bravo puxava-a para si, enquanto as ondas a devolviam violentamente à costa. A viagem não era apenas para a jangada e, por isso, ele resgatou-a. Compreendi, então, o meu erro.

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