O matador na mata mata,
Fica mal a marta morta.
No morro a amarra por uma pata,
Feito porte, a marta porta.
De leve leva morto
O animal debaixo de asa
E ali perto aporta ao porto
Onde mora, mera casa.
Em brando canto o conto conta
Deixando a gente um tanto tonta
Que lindo bicho morreu no morro
Sem poder pedir socorro.
Num saco seca a morta marta
E casa um caso mal casado.
Cheira a marta mal que farta
Não dá cozido nem assado.
Sérgio O. Marques
segunda-feira, 24 de março de 2008
domingo, 23 de março de 2008
Amar
Amar é saber ser
E a alegria de existir.
É a vontade de querer,
Em ser feliz, poder servir.
Amar, em si, a vida é
Como é de si forma mais bela
E dá-la mesma por outra ela
Num excelso enlevo de boa-fé.
É o desígnio da verdade
Da deidade, o esplendor.
É a derradeira liberdade
Sem condição, é ser amor.
Sérgio O. Marques
E a alegria de existir.
É a vontade de querer,
Em ser feliz, poder servir.
Amar, em si, a vida é
Como é de si forma mais bela
E dá-la mesma por outra ela
Num excelso enlevo de boa-fé.
É o desígnio da verdade
Da deidade, o esplendor.
É a derradeira liberdade
Sem condição, é ser amor.
Sérgio O. Marques
quinta-feira, 20 de março de 2008
Paciência
A paciência é uma ciência.
Quem espera sempre alcança
A fortuna da vivência.
Quem desespera fica preso
Aos ditames da lembrança
Que apaga o fogo aceso.
Olhar de frente ao provir
E ter fé no que está p'ra vir
É da vida boa opção ter.
É ter coragem de seguir
Sem parar de bem viver.
Olhar p'ra trás é passado
Do que foi antes de agora.
Subverte o aprender
A rectificar o errado.
Quero ser livre sem demora.
Sérgio O. Marques
Quem espera sempre alcança
A fortuna da vivência.
Quem desespera fica preso
Aos ditames da lembrança
Que apaga o fogo aceso.
Olhar de frente ao provir
E ter fé no que está p'ra vir
É da vida boa opção ter.
É ter coragem de seguir
Sem parar de bem viver.
Olhar p'ra trás é passado
Do que foi antes de agora.
Subverte o aprender
A rectificar o errado.
Quero ser livre sem demora.
Sérgio O. Marques
terça-feira, 18 de março de 2008
Barraca armada
Certo lindo dia de sol...
-Bom dia senhor boi! - disse afamado burro
Rasgando um sorriso jovial.
-Bom dia senhor burro! - Returquiu o boi.
Seguia ufano, num trajar banal.
Enrubesceu o burro, pôs-se todo de arrebol:
-Venha cá que eu lhe esmurro
Essa fofa carinha de boi!
Se pensa que me insulta
E me chama de burro,
Afinfo-lhe como gente adulta
Para ver como lhe dói.
-Venha daí, senhor burro
Para lhe dizer como é
E lhe contar como foi.
Desatou ou burro à chapada,
Bofetada e estalada.
Respondeu o boi à cornada
Armando-se logo um banzé.
No meio de algazarras e gritos
Acordaram os cães preguiçosos
E os porcos que são medrosos
Corriam por aí aflitos.
Palrava a galinha emproada:
-Mas que corja mal-educada!
Mugia paparrotices a vaca
Desenfreada, estava maluca.
A burra permanecia calada
Mais valia não fazer nada
Para não estragar a peruca
E seu penteado de laca.
Logo foi barraca armada
No reino da bicharada.
-Bom dia senhor boi! - disse afamado burro
Rasgando um sorriso jovial.
-Bom dia senhor burro! - Returquiu o boi.
Seguia ufano, num trajar banal.
Enrubesceu o burro, pôs-se todo de arrebol:
-Venha cá que eu lhe esmurro
Essa fofa carinha de boi!
Se pensa que me insulta
E me chama de burro,
Afinfo-lhe como gente adulta
Para ver como lhe dói.
-Venha daí, senhor burro
Para lhe dizer como é
E lhe contar como foi.
Desatou ou burro à chapada,
Bofetada e estalada.
Respondeu o boi à cornada
Armando-se logo um banzé.
No meio de algazarras e gritos
Acordaram os cães preguiçosos
E os porcos que são medrosos
Corriam por aí aflitos.
Palrava a galinha emproada:
-Mas que corja mal-educada!
Mugia paparrotices a vaca
Desenfreada, estava maluca.
A burra permanecia calada
Mais valia não fazer nada
Para não estragar a peruca
E seu penteado de laca.
Logo foi barraca armada
No reino da bicharada.
sábado, 15 de março de 2008
Quem te diz que és poeta, enganou-te
A mona lisa tem um bico
De alfinete no penico.
Mostra a saia de cambraia
De veludo um cão felpudo
Cabeçudo e bem peludo.
Não tem o que se lhe vaia.
Camisa de seda lisa
Com lindo boneco de loisa
Se levanta, bate a brisa
Por baixo anda e deslisa
Recordando qualquer coisa.
Sai belo enfeite de pau
P'ra se poder enfeitar.
Já apetecia manjar
Sardinha e carapau
Ou no prato, bacalhau
Ir até enfastiar.
O bico do alfinete
Faz-me lembrar um cacete
A bater no capacete.
Vê a trincha que relincha
Quando pinta, a bola pincha
Verga a mola, mata, esfola
Ainda lhe põe uma argola.
Se não sai ainda s'atola
E depois só berra e guincha.
Na estrada de lambreta
A tocar uma corneta
Me atira de esguelha
Um segredo p'ra orelha:
Quem te diz que és "poêta"
Ou é tolo ou é maneta.
Sérgio O. Marques
De alfinete no penico.
Mostra a saia de cambraia
De veludo um cão felpudo
Cabeçudo e bem peludo.
Não tem o que se lhe vaia.
Camisa de seda lisa
Com lindo boneco de loisa
Se levanta, bate a brisa
Por baixo anda e deslisa
Recordando qualquer coisa.
Sai belo enfeite de pau
P'ra se poder enfeitar.
Já apetecia manjar
Sardinha e carapau
Ou no prato, bacalhau
Ir até enfastiar.
O bico do alfinete
Faz-me lembrar um cacete
A bater no capacete.
Vê a trincha que relincha
Quando pinta, a bola pincha
Verga a mola, mata, esfola
Ainda lhe põe uma argola.
Se não sai ainda s'atola
E depois só berra e guincha.
Na estrada de lambreta
A tocar uma corneta
Me atira de esguelha
Um segredo p'ra orelha:
Quem te diz que és "poêta"
Ou é tolo ou é maneta.
Sérgio O. Marques
quinta-feira, 13 de março de 2008
A vida da gente
Tanta gente que acorda
E outra tanta que adormece
Nas muitas horas de cada dia.
Tanta gente que se encontra
E se volta a encontrar
Em cômpitos sem conta revezados
Para chorarem sozinhos
Para se puderem rir juntos.
Não há física para tudo isto.
E aquela outra que se apeia
À porta de muitas casas
Que são de cada qual
E falam de tanta coisa inútil
Numa velha aldeia
Onde toda ela é família.
E não há química para isto
Nem sequer biologia
Ou até mesmo filosofia.
E aqueles que caminham
Sem rei nem roque
Para chegarem onde são felizes
Acabando onde tantos outros acabam:
A dormir no leito todas as noites.
Não sabem a razão de ser
E pensam nisso enquanto olham
Com afinco as muitas janelas fechadas.
Porque não há lógica num mundo lógico.
E todos aqueles que dão as mãos
E se passeiam por citadinos jardins
E se alienam de tatos outros
Que passam e nem se interessam
Ou censuram sem querer saber.
São aqueles que se beijam
Apenas por sentir como outros tantos
Aquilo que todos acham belo.
Porque não há ciência num mundo sem sentimento.
Tanta gente que se senta
Nas bermas das muitas estradas
Por onde vê passar outra tanta
Que vai trilhando as sendas do dia-a-dia
E visitando terras mundo fora.
Sentam-se e sorriem sem razão
A quem acenam sem os conhecer,
Sem lhe saborear o significado inteligente.
Porque não há razão num mundo com sentido.
E aqueles muitos solitários
Que vêem todos os outros
Como pensam que eles são.
Conhecem a vida daquilo que são
E não querem mais do que têm.
São aqueles que carecem de um abraço
E de uma palavra amiga
Nem que seja de um apenas.
Porque não há cor na vida sem isto tudo.
Tudo isto é vida:
Não tem que ser descritível.
Não tem que ser inteligível.
Não tem que ser significante.
Não tem que ser explicável.
Não tem que ser lógica.
Não tem que ser racional.
A vida é o que é
E para o ser, é suficiente.
Sérgio O. Marques
E outra tanta que adormece
Nas muitas horas de cada dia.
Tanta gente que se encontra
E se volta a encontrar
Em cômpitos sem conta revezados
Para chorarem sozinhos
Para se puderem rir juntos.
Não há física para tudo isto.
E aquela outra que se apeia
À porta de muitas casas
Que são de cada qual
E falam de tanta coisa inútil
Numa velha aldeia
Onde toda ela é família.
E não há química para isto
Nem sequer biologia
Ou até mesmo filosofia.
E aqueles que caminham
Sem rei nem roque
Para chegarem onde são felizes
Acabando onde tantos outros acabam:
A dormir no leito todas as noites.
Não sabem a razão de ser
E pensam nisso enquanto olham
Com afinco as muitas janelas fechadas.
Porque não há lógica num mundo lógico.
E todos aqueles que dão as mãos
E se passeiam por citadinos jardins
E se alienam de tatos outros
Que passam e nem se interessam
Ou censuram sem querer saber.
São aqueles que se beijam
Apenas por sentir como outros tantos
Aquilo que todos acham belo.
Porque não há ciência num mundo sem sentimento.
Tanta gente que se senta
Nas bermas das muitas estradas
Por onde vê passar outra tanta
Que vai trilhando as sendas do dia-a-dia
E visitando terras mundo fora.
Sentam-se e sorriem sem razão
A quem acenam sem os conhecer,
Sem lhe saborear o significado inteligente.
Porque não há razão num mundo com sentido.
E aqueles muitos solitários
Que vêem todos os outros
Como pensam que eles são.
Conhecem a vida daquilo que são
E não querem mais do que têm.
São aqueles que carecem de um abraço
E de uma palavra amiga
Nem que seja de um apenas.
Porque não há cor na vida sem isto tudo.
Tudo isto é vida:
Não tem que ser descritível.
Não tem que ser inteligível.
Não tem que ser significante.
Não tem que ser explicável.
Não tem que ser lógica.
Não tem que ser racional.
A vida é o que é
E para o ser, é suficiente.
Sérgio O. Marques
quarta-feira, 12 de março de 2008
A primeira salvação
Sujeita dos olhos tristes, porque sorris
Quando a música deixou de ser a harmonia
Que encanta o coração e o enche de alegria,
Quando a vida já nada te diz?
Olhas nostálgica o firmamento
Onde as estrelas cessaram o brilho.
Lânguida trazes no pensamento
Saudosas memórias de alguém
Que, com carinho, te chamasse mãe
E, com ternura, lhe chamasses filho
No tempo em que ainda eras feliz!
Eu choraria, mas tu sorris.
Que te faz viver, que te faz andar?
Será o amor que tens p'ra dar?
É a força da preserverança,
São a fé e a esperança
Que te fazem alentar.
Sorris bem-aventurada
Pois no pranto foste consolada
E Ele veio p'ra te salvar.
Sérgio O. Marques
Quando a música deixou de ser a harmonia
Que encanta o coração e o enche de alegria,
Quando a vida já nada te diz?
Olhas nostálgica o firmamento
Onde as estrelas cessaram o brilho.
Lânguida trazes no pensamento
Saudosas memórias de alguém
Que, com carinho, te chamasse mãe
E, com ternura, lhe chamasses filho
No tempo em que ainda eras feliz!
Eu choraria, mas tu sorris.
Que te faz viver, que te faz andar?
Será o amor que tens p'ra dar?
É a força da preserverança,
São a fé e a esperança
Que te fazem alentar.
Sorris bem-aventurada
Pois no pranto foste consolada
E Ele veio p'ra te salvar.
Sérgio O. Marques
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Esperança,
Melancolia,
Sentimental
quinta-feira, 6 de março de 2008
Amores
Lindas moçoilas, catraias saloias
Dos milheirais, das searas de cetim,
Sois cravos, sois rosas, sois papoilas,
Sois finas flores a florescer num jardim.
Vos celebro a beleza em verso num conto madrigal
E a fermusura que vos desenha é obra genial.
Dais encanto à noite, trazeis luz ao dia
Nas soberbas manhãs de sol e maravilha
E no cheiro a mosto e a musgo húmido
E no gosto doce de uma doce iguaria
E na visão flamante de uma pérola que brilha.
O vosso sorriso infla-me e me torna túmido
Como um jactante pavão nos canaviais.
Sois assim, por serdes lindas demais.
Pintai a natureza com a vossa magia
Inundai o mar doirado de alegria.
Sérgio O. Marques
Dos milheirais, das searas de cetim,
Sois cravos, sois rosas, sois papoilas,
Sois finas flores a florescer num jardim.
Vos celebro a beleza em verso num conto madrigal
E a fermusura que vos desenha é obra genial.
Dais encanto à noite, trazeis luz ao dia
Nas soberbas manhãs de sol e maravilha
E no cheiro a mosto e a musgo húmido
E no gosto doce de uma doce iguaria
E na visão flamante de uma pérola que brilha.
O vosso sorriso infla-me e me torna túmido
Como um jactante pavão nos canaviais.
Sois assim, por serdes lindas demais.
Pintai a natureza com a vossa magia
Inundai o mar doirado de alegria.
Sérgio O. Marques
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