Caminhavam o porco e o cordeiro.
Lado a lado,
Seguiam com passo certeiro.
Dizia o cordeiro animado:
- Hoje o dia correu-me bem
E o trabalho foi de vento em popa!
O porco, com um sorriso forçado
A alindar tão fina roupa
Escondia do pobre o desdém.
É rico mas vive triste.
De mansinho com o punho em riste,
Com ligeiro movimento
Acerta-lhe na nuca um bofetão.
-De onde veio a agressão?
-Foi o vento, meu amigo, foi o vento!
O que depois se passou... não sei,
Não posso acrescentar mais nada.
Sei porém que o porco é rei
No reino da bicharada.
Sérgio O. Marques
terça-feira, 29 de abril de 2008
terça-feira, 22 de abril de 2008
Segue adiante
Segue, meu amigo, adiante.
Para trás fica a dor lacinante
Do tempo perdido, da luta travada
Na arbórea ladeira escarpada.
Segue com coragem de vencedor,
Abre o teu caminho sobre cerrada
Aflição, vence à noite o temor,
Corre, que a hora já vai adiantada.
Segue, que, de tão longe, tão perto
Está o destino. Quase lhe toco.
Avança! Que lá chegar é certo.
O dia alumia enquanto desistir jamais
Será opção. Anda, pois correr é pouco.
Segue adiante que recuar não dá mais.
Sérgio O. Marques
Para trás fica a dor lacinante
Do tempo perdido, da luta travada
Na arbórea ladeira escarpada.
Segue com coragem de vencedor,
Abre o teu caminho sobre cerrada
Aflição, vence à noite o temor,
Corre, que a hora já vai adiantada.
Segue, que, de tão longe, tão perto
Está o destino. Quase lhe toco.
Avança! Que lá chegar é certo.
O dia alumia enquanto desistir jamais
Será opção. Anda, pois correr é pouco.
Segue adiante que recuar não dá mais.
Sérgio O. Marques
quarta-feira, 16 de abril de 2008
O beijo duma flor
Cheiro-te, flor.
As tuas pétalas ardentes
São rosas que brotam do meu amor
O perfume dos teus lábios quentes.
O teu sorriso aquece
A certeza do meu desejo
De cerúleos miosotes,
Dum doce gosto amargo que não se esquece
Perdido no beijo, o ensejo.
A tua voz em verso
Desenvolta em delicadas gloses
Ao vento, um segredo disperso
Canta em serenas melodias
E só eu as sei ouvir.
Lindos lírios purpúreos
Como lágrimas cristalinas, luzidias,
Singelas gotas de chuva a cair
Suave sobre campos popúleos
Cobrem o chão de cravos e papoulas
Coloridas no teu corpo perfeito.
És ninfa sobre o meu leito
Valerosa, entre guerreiras afoutas
Vindouras duma paz erguida,
Mensageiras do amanhecer.
Dás-me força, dás-me vida
Rejubilas o meu ser.
Sérgio O. Marques
As tuas pétalas ardentes
São rosas que brotam do meu amor
O perfume dos teus lábios quentes.
O teu sorriso aquece
A certeza do meu desejo
De cerúleos miosotes,
Dum doce gosto amargo que não se esquece
Perdido no beijo, o ensejo.
A tua voz em verso
Desenvolta em delicadas gloses
Ao vento, um segredo disperso
Canta em serenas melodias
E só eu as sei ouvir.
Lindos lírios purpúreos
Como lágrimas cristalinas, luzidias,
Singelas gotas de chuva a cair
Suave sobre campos popúleos
Cobrem o chão de cravos e papoulas
Coloridas no teu corpo perfeito.
És ninfa sobre o meu leito
Valerosa, entre guerreiras afoutas
Vindouras duma paz erguida,
Mensageiras do amanhecer.
Dás-me força, dás-me vida
Rejubilas o meu ser.
Sérgio O. Marques
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sábado, 12 de abril de 2008
Arrimado o burro
Arrimado na taberna,
Seguro o burro por uma perna:
- Como sabendes,
Aquilo que fordes
Ou que fizerdes
Sem o serdes,
Mal parcendes.
O quê? - Grita o boi com um urro.
A cabra montanhesa
Coçava a cabeça
Enquanto continuava o pardal piando.
-O vinho aqui é bom! - resume o burro
E sai gaiando...
Mais a cabra.
E assim se vai andando
No reino da bicharada.
Sérgio O. Marques
Seguro o burro por uma perna:
- Como sabendes,
Aquilo que fordes
Ou que fizerdes
Sem o serdes,
Mal parcendes.
O quê? - Grita o boi com um urro.
A cabra montanhesa
Coçava a cabeça
Enquanto continuava o pardal piando.
-O vinho aqui é bom! - resume o burro
E sai gaiando...
Mais a cabra.
E assim se vai andando
No reino da bicharada.
Sérgio O. Marques
quarta-feira, 9 de abril de 2008
As duas
Por onde corria a Maria,
Também corria a Sofia.
Sempre que a Sofia corria,
Logo a outra lhe seguia
Numa grande correria.
Quando sorria a Maria
Também se ria a Sofia.
Era tempo de folia
Até que funéreo dia
A Sofia não mais correu,
A Sofia não mais sorriu.
...Porque a Maria caiu.
...Porque a Maria morreu.
Foi triste a desilusão.
Sei que juntas correrão
Num bocadinho do céu.
Sérgio O. Marques
Também corria a Sofia.
Sempre que a Sofia corria,
Logo a outra lhe seguia
Numa grande correria.
Quando sorria a Maria
Também se ria a Sofia.
Era tempo de folia
Até que funéreo dia
A Sofia não mais correu,
A Sofia não mais sorriu.
...Porque a Maria caiu.
...Porque a Maria morreu.
Foi triste a desilusão.
Sei que juntas correrão
Num bocadinho do céu.
Sérgio O. Marques
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Um feitiço de encantar
Abracadabra
Pêlos de cabra
Rola e rebola
E zuuuum...
...um coelho da cartola.
Pim catrapim
Pozinhos de perlim pim pim
Um feitiço de encantar
E zuuuum...
...uma pomba a voar.
Zás catrapás
Zirlintum, zirlintás
Catrapim, catrapaz
E zuuuum...
...o mundo cheio de paz.
Ai se eu fosse feiticeiro...
Sérgio O. Marques
Pêlos de cabra
Rola e rebola
E zuuuum...
...um coelho da cartola.
Pim catrapim
Pozinhos de perlim pim pim
Um feitiço de encantar
E zuuuum...
...uma pomba a voar.
Zás catrapás
Zirlintum, zirlintás
Catrapim, catrapaz
E zuuuum...
...o mundo cheio de paz.
Ai se eu fosse feiticeiro...
Sérgio O. Marques
domingo, 6 de abril de 2008
Ó Humanidade
Ó Humanidade,
De andar erecto insolente,
Das espécies déspota prepotente
És a vanglória da vaidade.
Ó Humanidade desumana,
De onde o saber emana,
Esquecido o coração
Conheces os segredos da morte
E causas destruição.
Será triste a tua sorte.
Ó Humanidade insensata,
Revê-te na tua história:
Na guerra não há glória,
No ódio não há perdão.
Não vês que isso te mata?
Ó Humanidade, a arrogância,
Os ditames da ganância
São a tua perdição.
De nada vale supérflua riqueza.
De nada serve o excesso,
A semente da tristeza.
O ser feliz não tem preço.
Ó Humanidade arrogante,
A mestria na tortura
Trilha os trilhos da amargura
Sob solo beligerante.
É o que te faz aviltante.
Ó constrangida Humanidade,
Em ser livre nada és.
És de ti mesma uma escrava
Submissa de lés-a-lés.
Isso assim não leva a nada,
O não creres na liberdade.
Ó ímpia Humanidade
Apregoas a justiça, defendes a alegria
Pois te veste a hipocrisia.
Preferes primar pela discórdia
Esquecendo a misericórdia
Nas sendas do dia-a-dia.
Ó Humanidade
Quão pesado é o fardo
Que te pesa em cada mão:
Discernir o bem do mal
Como forças da natureza
Num equilíbrio natural.
Anseias a Salvação.
Ó Humanidade, ainda há tempo!
Sérgio O. Marques
De andar erecto insolente,
Das espécies déspota prepotente
És a vanglória da vaidade.
Ó Humanidade desumana,
De onde o saber emana,
Esquecido o coração
Conheces os segredos da morte
E causas destruição.
Será triste a tua sorte.
Ó Humanidade insensata,
Revê-te na tua história:
Na guerra não há glória,
No ódio não há perdão.
Não vês que isso te mata?
Ó Humanidade, a arrogância,
Os ditames da ganância
São a tua perdição.
De nada vale supérflua riqueza.
De nada serve o excesso,
A semente da tristeza.
O ser feliz não tem preço.
Ó Humanidade arrogante,
A mestria na tortura
Trilha os trilhos da amargura
Sob solo beligerante.
É o que te faz aviltante.
Ó constrangida Humanidade,
Em ser livre nada és.
És de ti mesma uma escrava
Submissa de lés-a-lés.
Isso assim não leva a nada,
O não creres na liberdade.
Ó ímpia Humanidade
Apregoas a justiça, defendes a alegria
Pois te veste a hipocrisia.
Preferes primar pela discórdia
Esquecendo a misericórdia
Nas sendas do dia-a-dia.
Ó Humanidade
Quão pesado é o fardo
Que te pesa em cada mão:
Discernir o bem do mal
Como forças da natureza
Num equilíbrio natural.
Anseias a Salvação.
Ó Humanidade, ainda há tempo!
Sérgio O. Marques
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Sentimental
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Onda de impacto
Vibram átomos e moléculas de ar
De acordo com as equações
Da física-matemática.
Mas na prática,
Destroem tudo à sua passagem.
Não há mistério nenhum.
Catrapum...
Não fica sequer torre de menagem
Para deixar recordações.
A culpa não está nas equações.
(Nem pode estar.)
Não adianta tal pensar:
São leis
E são para se cumprir,
Vós já sabeis.
Onde está a culpa?
Não tem desculpa.
Bem...
Estou com sono, vou dormir.
Sérgio O. Marques
De acordo com as equações
Da física-matemática.
Mas na prática,
Destroem tudo à sua passagem.
Não há mistério nenhum.
Catrapum...
Não fica sequer torre de menagem
Para deixar recordações.
A culpa não está nas equações.
(Nem pode estar.)
Não adianta tal pensar:
São leis
E são para se cumprir,
Vós já sabeis.
Onde está a culpa?
Não tem desculpa.
Bem...
Estou com sono, vou dormir.
Sérgio O. Marques
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Quando por mim ela passa
Quando por mim ela passa,
Nem dá conta. Passa ela
Dando ar de sua graça.
Como é linda, como é bela.
Flutua como o vento,
Voa alto com o tempo,
Por mim passa e não espera.
Poder abraçá-la... quem me dera!
Poder tê-la... uma quimera.
Passa por mim fugidia,
Bravia de atarantar.
Ela parece uma estrela
A espreitar no horizonte
Sem receio de luzir.
Escorre como a água da fonte
E por mim passa a rutilar.
Sei decerto que um dia
Lá terei de acenar
Para poder ir com ela.
Passa por mim, como é bela.
Tem a forma de uma estrela
Para eu poder seguir.
Vou segui-la, minha estrela.
Como é linda, como é bela,
Como pode ser fugaz.
Não a vou deixar partir
Sem poder dormir em paz.
Sérgio o. Marques
Nem dá conta. Passa ela
Dando ar de sua graça.
Como é linda, como é bela.
Flutua como o vento,
Voa alto com o tempo,
Por mim passa e não espera.
Poder abraçá-la... quem me dera!
Poder tê-la... uma quimera.
Passa por mim fugidia,
Bravia de atarantar.
Ela parece uma estrela
A espreitar no horizonte
Sem receio de luzir.
Escorre como a água da fonte
E por mim passa a rutilar.
Sei decerto que um dia
Lá terei de acenar
Para poder ir com ela.
Passa por mim, como é bela.
Tem a forma de uma estrela
Para eu poder seguir.
Vou segui-la, minha estrela.
Como é linda, como é bela,
Como pode ser fugaz.
Não a vou deixar partir
Sem poder dormir em paz.
Sérgio o. Marques
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