Alegria efémera
Em líquido numa jarra
Vertida duma boca sedenta.
Libido em azul pérola,
Vício que se agarra,
Cresce, aumenta
E viaja, ébrio, de jumento
A dar ao mundo engano.
Quem o conhece, corre e ri
E por fim se queda, lamenta
Chora um lamento,
Um urro insano.
O carnaval foi logro,
Riso forjado dum mendigo,
Foi lixo lambido pelo fogo,
Reboliço sem sentido.
As máscaras caídas
Desnudam desventuras do imo.
Nas calçadas, coloridas
Fazem caretas da vida negada,
Escondida, sem tino,
Mascarada.
Eis o carnaval!
Leva-se orgia na palma
Da mão sem lhe ver o mal.
Surge a estragar o corpo
E a enganar a alma.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
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1 comentário:
Queima-se o vento na fogueira; cortam-se cabeças aos enforcados; desejo somente orgias no carnval:)
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