Corpos silentes de pensamento
Entregues ao lascivo desvario
Dançam e bailam com nada dentro.
Essa é a marcha da noite atirada ao rio
Cuja corrente mancha o branco da dignidade.
O ritmo aumenta e a dança frenética
Move bocados de carne sem mais nada
A lembrar um traço de humanidade,
Qualquer moral, juízo ou ética
Ou mesmo um reminescente duma tímida
Manifestação racional.São bichos, bestas
Irracionais a bailar sem rei nem roque
como couves a cozer numa panela ao lume.
Diversão é o seu lema, farras, festas,
Serem escravos da indústria, estrume
Mal cheiroso com um diligente toque
De perfume, intensa fragrância a rosas
A dar um sabor a mel ao aparato.
Monstros colossais, colossos sobre rodas,
Máquinas de guerra a subjugar inumanamente
A mente dos fracos, comprimidos num frasco
A criar ilusões, um sorriso quase demente.
Já não são o ferro e o fogo a fazer mártires,
A matar a existência carnal porque a morte
Agora é outra. Já não se dilacera carne
A esvair-se em sangue. É bem pior a nova sorte.
quinta-feira, 5 de março de 2009
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