Os vis porcos voadores
Só aviam por dinheiro
Com chapéus de aviadores
No país dos cobertores
A tilintar o mealheiro.
Os cordeiros são lãzudos,
São néscios sobremaneira,
Parecem uns cabeçudos
A expectar o entrudo
Que passa na rua alheia.
Os cães... esses? Boas reses,
Quando a raiva não apega.
Airosos passam. Às vezes,
Tomados como corteses,
Ferram que até fumega.
As galinhas, mexericos
Cacarejam toda a vida.
Sejam pobres, sejam ricos,
Tenham potes ou penicos,
Não se escapam à intriga.
Os camelos bombam coca
E exdruxulam à janela
Mais tarde com tanta moca
Fazem suflê de minhoca
Do estrugido da panela.
Para os gatos a beleza,
Boniteza, nada mais
Mas quando os sentam à mesa
Abate-se logo a tristeza
Pois são homossexuais.
A raposa é matreira.
Mais a cabra sai da tasca.
Quando vem na brincadeira,
Com uma manobra certeira
Deixa qualquer um à rasca.
Mui sagaz é o jumento
Num país de tanta gente.
Tem condão de encantamento
A falar no parlamento
Com discurso eloquente.
Os vermes a rastejar
Pelo chão, sem qualquer nome
São bichos de arrepiar:
Mesmo após tanto manjar
Estão sempre cheios de fome.
Nenhum bicho s'aproveita
No país da bicharada.
Um país devoto à peita
Nunca mais se endireita,
Nunca deixa de ser nada.
domingo, 30 de agosto de 2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Acordo
Escuto a calma brisa suave de outono.
Oiço sussurros da erva fria na manhã
Caindo-me o fresco orvalho a meio sono
Na fronte fragrância a laranja e romã.
Escuto porque o dia raia.
Oiço o chilrear dos pardais ladinos
Na árvore que ao fundo baila
Uma dança eloquente de paladinos.
Escuto porque o dia vem.
Oiço o deslizar da madrugada
Lentamente muito além
Seguindo a poente a noite passada.
Comigo fica uma raio de sol
Espreitando a translúcida janela
Corando em várias cores o lençol
Que me cobre em cambraia ou flanela.
Acordo com a alegria de um petiz
Como uma rosa a desabrochar no jardim,
Jardim meu, floral onde sou feliz
Com o pensamento a deleitar-se em mim.
Oiço sussurros da erva fria na manhã
Caindo-me o fresco orvalho a meio sono
Na fronte fragrância a laranja e romã.
Escuto porque o dia raia.
Oiço o chilrear dos pardais ladinos
Na árvore que ao fundo baila
Uma dança eloquente de paladinos.
Escuto porque o dia vem.
Oiço o deslizar da madrugada
Lentamente muito além
Seguindo a poente a noite passada.
Comigo fica uma raio de sol
Espreitando a translúcida janela
Corando em várias cores o lençol
Que me cobre em cambraia ou flanela.
Acordo com a alegria de um petiz
Como uma rosa a desabrochar no jardim,
Jardim meu, floral onde sou feliz
Com o pensamento a deleitar-se em mim.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
A alegria da bicharada III
O burro dirige-se ao balcão:
-Um copo para aliviar a tensão,
Pois o boi já está atrasado.
Concerteza - responde o corvo,
Dono daquela adega social.
-Diz-me, qual é o teu estorvo,
Que te incomoda afinal?
Pergunta-lhe com um brilho no olhar.
-Deve-se ao que se passou na praça.
Returque o burro a cochichar.
-Muita gente lhe achou graça
Mas desconfiamos que algo se passa.
Mais não vou aqui adiantar.
Esboça-se no corvo um sorriso natural.
Estava-lhe entranhado na personalidade:
Ouvir daqui, dizer acolá. Era vaidade,
Mostrar-se informado. Não o fazia por mal.
O burro há muito o conhecia,
Ou assim o pensava
E não acrescentou mais nada,
Dirigindo-se a uma mesa vazia
Pensando: - se calhar adormeceu!
De repente, entra o boi esbaforido,
Justificando-se: -Furou-me um pneu!
O burro sabia que ele tinha adormecido.
Segredaram durante mais de uma hora
Na mesa ao canto da sala.
-Vinde daí, vamos embora!
Ouvi-se já a cabra que não se cala.
-Vamos passear até lá fora.
O boi e o burro estavam atónitos, mudos,
Com tão sórdida conclusão.
-Vai mudar o mundo os seus estudos,
Mas a sua arte não nos trará nada de bom.
Falavam do mocho e da sua descoberta,
Que deixara ao mau desejo uma porta aberta.
Decidiram esquecer e com a cabra foram.
-Um copo para aliviar a tensão,
Pois o boi já está atrasado.
Concerteza - responde o corvo,
Dono daquela adega social.
-Diz-me, qual é o teu estorvo,
Que te incomoda afinal?
Pergunta-lhe com um brilho no olhar.
-Deve-se ao que se passou na praça.
Returque o burro a cochichar.
-Muita gente lhe achou graça
Mas desconfiamos que algo se passa.
Mais não vou aqui adiantar.
Esboça-se no corvo um sorriso natural.
Estava-lhe entranhado na personalidade:
Ouvir daqui, dizer acolá. Era vaidade,
Mostrar-se informado. Não o fazia por mal.
O burro há muito o conhecia,
Ou assim o pensava
E não acrescentou mais nada,
Dirigindo-se a uma mesa vazia
Pensando: - se calhar adormeceu!
De repente, entra o boi esbaforido,
Justificando-se: -Furou-me um pneu!
O burro sabia que ele tinha adormecido.
Segredaram durante mais de uma hora
Na mesa ao canto da sala.
-Vinde daí, vamos embora!
Ouvi-se já a cabra que não se cala.
-Vamos passear até lá fora.
O boi e o burro estavam atónitos, mudos,
Com tão sórdida conclusão.
-Vai mudar o mundo os seus estudos,
Mas a sua arte não nos trará nada de bom.
Falavam do mocho e da sua descoberta,
Que deixara ao mau desejo uma porta aberta.
Decidiram esquecer e com a cabra foram.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Princípio cosmológico
Igualdade em cada ponto. Cada direcção
Tropeça indiferente o curioso olhar.
O caminho a trilhar não conhece religião
Ou raça, memória única de qualquer lugar.
Cada choro encerra o júbilo do mundo
Desde a tímida singularidade ao super-enxame.
Os risos têm segredos dum pranto profundo
Do mais pequeno planeta à estrela imane.
O sentimento teve origem primordial
No princípio do tempo, início do espaço;
Gerou-se a luz, a treva, a sopa universal.
Propaga-se, isotrópico, com eloquência
E a mão do destino cingir-se-á à essência
Dum grande amor onde o ódio é escasso.
Tropeça indiferente o curioso olhar.
O caminho a trilhar não conhece religião
Ou raça, memória única de qualquer lugar.
Cada choro encerra o júbilo do mundo
Desde a tímida singularidade ao super-enxame.
Os risos têm segredos dum pranto profundo
Do mais pequeno planeta à estrela imane.
O sentimento teve origem primordial
No princípio do tempo, início do espaço;
Gerou-se a luz, a treva, a sopa universal.
Propaga-se, isotrópico, com eloquência
E a mão do destino cingir-se-á à essência
Dum grande amor onde o ódio é escasso.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Perdi a inspiração
Perdi a inspiração
De versos e de poemas.
Sinto um vazio apenas.
As palavras,são somente
Palavras. Nada mais são.
Nem tristes, sequer contentes,
São despidas emoção.
Onde andas, forte desejo?
A que sabes, ó doce beijo?
Aí já não há poemas!
Sinto um vazio apenas!
As palavras e os versos
Caídos da minha mão,
Deixei-os algures dispersos.
Perdi a inspiração.
Já não te trago comigo.
Volta a mim, estro perdido.
De versos e de poemas.
Sinto um vazio apenas.
As palavras,são somente
Palavras. Nada mais são.
Nem tristes, sequer contentes,
São despidas emoção.
Onde andas, forte desejo?
A que sabes, ó doce beijo?
Aí já não há poemas!
Sinto um vazio apenas!
As palavras e os versos
Caídos da minha mão,
Deixei-os algures dispersos.
Perdi a inspiração.
Já não te trago comigo.
Volta a mim, estro perdido.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Amigas inseparáveis
Na cabeça enlaçado,
De um vermelho encarnado,
Um lindo laço de fita
Traz rapariga bonita
Dando-lhe um ar engraçado.
Cabelo, negro luzente,
Olhos, castanho brilhante,
Riso na boca contente,
A ataviar o semblante,
A sorrir p'ra toda a gente.
Consigo vem uma amiga,
Bela moçoila também
Onde vai uma, outra vai
Quando vem uma, outra vem,
Brejeiro retoque de intriga.
Uma é loira outra morena,
Tez queimada ao verão,
Camisa, saia pequena,
Trazem cada com seu tom
Uma malinha de mão.
Amigas inseparáveis,
Enquanto passeiam a avenida
Deixam memórias indeléveis
Em cantigas quase etéreas,
Belas melodias da vida.
Passeiam e passam na rua.
Enquanto lá vão sorridentes,
Levam nos semblantes contentes
Risos, nos lábios, luzentes
De um luzeiro azul lua.
Quem são? Perguntei pasmado
Com tão rútilo esplendor
Quando as vi mesmo ao meu lado.
Pareciam, num quadro pintado,
Antigas histórias de amor.
Era rubro o fim da tarde,
Um crepúsculo de arrebol.
O tom vermelho, cor da carne
E o grasnar das gaivotas alarde
Adivinhavam o pôr do sol.
Ao largo flutuava a traineira
Branca no cerúleo do mar.
Numa algazarra ligeira
Estavam ali mesmo na areia,
Duas crianças a brincar.
O cheiro a maresia era intenso,
Pairando no ar com ternura
Aromas de mirra e incenso.
A doce brisa de ternura
Esvoaçava-lhes os cabelos ao vento.
Senti o êxtase dum momento,
Efémero enlevo, voo de águia,
Duma sereia, encantamento,
Tão harmónico chamamento
Clamando por mim, ávida.
O tempo de repente parou,
O mundo deixou de girar,
O canto do oceâno cessou
Das ondas na costa a quebrar.
Quando as vi tudo mudou.
Seus corpos em vestes garridas
Vestiam o paladar dos meus olhos,
Encerravam contos e vidas,
Histórias há muito esquecidas
E jarros de rosas aos molhos.
O mel do orvalho de maresia
Adoçava-lhes cabelos sedosos,
No paladar de melodia
Dum sorriso de lábios garbosos
A transbordar alegria.
Cabelos negros e olhos castanhos
Faziam duma, maravilhosas delícias.
Doutra os olhos azuis, meigas carícias,
Forjavam no loiro doiros tamanhos.
Eram fonte de mil blandícias.
Delas me abeirei acanhado
Com o coração no peito demente
Como catadupa, desnorteado,
A bater inquieto, descontrolado
Esta paixão em mim ardente.
Digo-lhes em voz ténue e rouca
A sua beleza num quadro pintado
Na minha imaginação tão loquaz e louca
Que, sem jeito, em mim treslouca
A razão. Que sigo em passo desatinado.
Canto em serenata esta paixão
A desbravar-me o ser baldio
Como floresta, densa vegetação
Onde algures discorre o rio
Que leva em si esta emoção.
Uma olha-me, outra elegante
Contempla os versos deste meu canto,
Sorrindo entre si, grande era o espanto
Deste meu gesto raro e distante,
Deste meu modo fraco e quebranto.
Uma corada, outra a ruborescer
Qual ferro fundido numa fundição
Com risos marotos a florescer
Respondem sem uma graça qualquer.
Foram um manto de desilusão.
Lindas eram, não o posso negar,
Contornos de corpos admiráveis
Mas algo mais a destoar.
São ambas desagradáveis,
As amigas inseparáveis.
De um vermelho encarnado,
Um lindo laço de fita
Traz rapariga bonita
Dando-lhe um ar engraçado.
Cabelo, negro luzente,
Olhos, castanho brilhante,
Riso na boca contente,
A ataviar o semblante,
A sorrir p'ra toda a gente.
Consigo vem uma amiga,
Bela moçoila também
Onde vai uma, outra vai
Quando vem uma, outra vem,
Brejeiro retoque de intriga.
Uma é loira outra morena,
Tez queimada ao verão,
Camisa, saia pequena,
Trazem cada com seu tom
Uma malinha de mão.
Amigas inseparáveis,
Enquanto passeiam a avenida
Deixam memórias indeléveis
Em cantigas quase etéreas,
Belas melodias da vida.
Passeiam e passam na rua.
Enquanto lá vão sorridentes,
Levam nos semblantes contentes
Risos, nos lábios, luzentes
De um luzeiro azul lua.
Quem são? Perguntei pasmado
Com tão rútilo esplendor
Quando as vi mesmo ao meu lado.
Pareciam, num quadro pintado,
Antigas histórias de amor.
Era rubro o fim da tarde,
Um crepúsculo de arrebol.
O tom vermelho, cor da carne
E o grasnar das gaivotas alarde
Adivinhavam o pôr do sol.
Ao largo flutuava a traineira
Branca no cerúleo do mar.
Numa algazarra ligeira
Estavam ali mesmo na areia,
Duas crianças a brincar.
O cheiro a maresia era intenso,
Pairando no ar com ternura
Aromas de mirra e incenso.
A doce brisa de ternura
Esvoaçava-lhes os cabelos ao vento.
Senti o êxtase dum momento,
Efémero enlevo, voo de águia,
Duma sereia, encantamento,
Tão harmónico chamamento
Clamando por mim, ávida.
O tempo de repente parou,
O mundo deixou de girar,
O canto do oceâno cessou
Das ondas na costa a quebrar.
Quando as vi tudo mudou.
Seus corpos em vestes garridas
Vestiam o paladar dos meus olhos,
Encerravam contos e vidas,
Histórias há muito esquecidas
E jarros de rosas aos molhos.
O mel do orvalho de maresia
Adoçava-lhes cabelos sedosos,
No paladar de melodia
Dum sorriso de lábios garbosos
A transbordar alegria.
Cabelos negros e olhos castanhos
Faziam duma, maravilhosas delícias.
Doutra os olhos azuis, meigas carícias,
Forjavam no loiro doiros tamanhos.
Eram fonte de mil blandícias.
Delas me abeirei acanhado
Com o coração no peito demente
Como catadupa, desnorteado,
A bater inquieto, descontrolado
Esta paixão em mim ardente.
Digo-lhes em voz ténue e rouca
A sua beleza num quadro pintado
Na minha imaginação tão loquaz e louca
Que, sem jeito, em mim treslouca
A razão. Que sigo em passo desatinado.
Canto em serenata esta paixão
A desbravar-me o ser baldio
Como floresta, densa vegetação
Onde algures discorre o rio
Que leva em si esta emoção.
Uma olha-me, outra elegante
Contempla os versos deste meu canto,
Sorrindo entre si, grande era o espanto
Deste meu gesto raro e distante,
Deste meu modo fraco e quebranto.
Uma corada, outra a ruborescer
Qual ferro fundido numa fundição
Com risos marotos a florescer
Respondem sem uma graça qualquer.
Foram um manto de desilusão.
Lindas eram, não o posso negar,
Contornos de corpos admiráveis
Mas algo mais a destoar.
São ambas desagradáveis,
As amigas inseparáveis.
domingo, 9 de agosto de 2009
Sábio
Um significado procurei perdido
No coração de tantos livros,
Livros d'agora, livros antigos.
Sou sábio mas sem sentido.
No coração de tantos livros,
Livros d'agora, livros antigos.
Sou sábio mas sem sentido.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Carta ao meu amor
Feliz ou infelizmente não tenho paixões mas apetece-me escrever sobre isso...
Com uma pena te escrevo,
Esta dor que me punge a alma,
Saudade que me é acervo
E me faz perder a calma.
Quero estar sempre contigo,
Sentir a tua na minha mão.
Trago-te sempre, amor, comigo
Dentro do meu coração.
O cheiro do teu regaço
O calor do teu olhar
O colorido do teu abraço
Quando me vens abraçar
São carícias do vento ardente
Soprando do mediterrâneo
Como um beijo teu tão quente,
Arrepio momentâneo
No meu peito a palpitar.
São a praia, são areia,
São o rio e o mar alto,
O céu limpo, a lua cheia,
O sol a brasir o asfalto,
São árvores a ondular
No orvalho da manhã,
São os prados a verdejar,
São pinheirais ao luar
À espera do amanhã.
São o encanto da madrugada,
No piar dos passarinhos,
Cantigas de alvorada,
Uma algazarra animada
De canários e estorninhos.
São riachos de água pura
Jorrando duma fonte mourisca,
São meneios com candura,
Belos trechos de bravura,
Denodo de alpinista.
A tua boca singela,
Solta-me ósculos de amor
Pintados em aguarela,
Maravilha numa tela
Ornados de esplendor.
Se sonho tanto contigo,
Com a tua tez suave
São teus olhos que m'amimam
Que me enchem de saudade,
É do teu sorriso brilhante
Bordado em estrelas de luz,
Lembrando-me um diamante
Tão límpido e rutilante
Que m'enfeitiça e seduz.
De noite quando me deito
Ao frio da escuridão
Trago-te, amor, no meu peito
A aquecer-me no meu leito
A iluminar-me o coração.
És o mundo que perdi,
Meu desejo de paixão.
Tanto amor sinto por ti.
Com uma pena te escrevo,
Esta dor que me punge a alma,
Saudade que me é acervo
E me faz perder a calma.
Quero estar sempre contigo,
Sentir a tua na minha mão.
Trago-te sempre, amor, comigo
Dentro do meu coração.
O cheiro do teu regaço
O calor do teu olhar
O colorido do teu abraço
Quando me vens abraçar
São carícias do vento ardente
Soprando do mediterrâneo
Como um beijo teu tão quente,
Arrepio momentâneo
No meu peito a palpitar.
São a praia, são areia,
São o rio e o mar alto,
O céu limpo, a lua cheia,
O sol a brasir o asfalto,
São árvores a ondular
No orvalho da manhã,
São os prados a verdejar,
São pinheirais ao luar
À espera do amanhã.
São o encanto da madrugada,
No piar dos passarinhos,
Cantigas de alvorada,
Uma algazarra animada
De canários e estorninhos.
São riachos de água pura
Jorrando duma fonte mourisca,
São meneios com candura,
Belos trechos de bravura,
Denodo de alpinista.
A tua boca singela,
Solta-me ósculos de amor
Pintados em aguarela,
Maravilha numa tela
Ornados de esplendor.
Se sonho tanto contigo,
Com a tua tez suave
São teus olhos que m'amimam
Que me enchem de saudade,
É do teu sorriso brilhante
Bordado em estrelas de luz,
Lembrando-me um diamante
Tão límpido e rutilante
Que m'enfeitiça e seduz.
De noite quando me deito
Ao frio da escuridão
Trago-te, amor, no meu peito
A aquecer-me no meu leito
A iluminar-me o coração.
És o mundo que perdi,
Meu desejo de paixão.
Tanto amor sinto por ti.
domingo, 2 de agosto de 2009
Sinto-me longe
Sinto-me longe de mim,
Fora daquilo que sou,
Distante daquilo que sei:
De onde venho, para onde vou,
Se viajo, se me quedo onde estou
Se por aqui ficarei,
E continuarei assim.
É um estranho sonho
Duma terra desconhecida
Ora triste, ora risonho,
Uma verdade algures escondida
Numa realidade distorcida.
Impõe-se a dúvida do momento
Não vejo se deva chorar
Sorrir de contentamento,
Nem talvez sequer amar.
Acabo de me encontrar então
Destruindo o que se constrói
Com tanta dedicação.
Decerto nunca poderá ser herói
Quem está destinado a vilão.
Fora daquilo que sou,
Distante daquilo que sei:
De onde venho, para onde vou,
Se viajo, se me quedo onde estou
Se por aqui ficarei,
E continuarei assim.
É um estranho sonho
Duma terra desconhecida
Ora triste, ora risonho,
Uma verdade algures escondida
Numa realidade distorcida.
Impõe-se a dúvida do momento
Não vejo se deva chorar
Sorrir de contentamento,
Nem talvez sequer amar.
Acabo de me encontrar então
Destruindo o que se constrói
Com tanta dedicação.
Decerto nunca poderá ser herói
Quem está destinado a vilão.
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