quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Carta ao meu amor

Feliz ou infelizmente não tenho paixões mas apetece-me escrever sobre isso...

Com uma pena te escrevo,
Esta dor que me punge a alma,
Saudade que me é acervo
E me faz perder a calma.
Quero estar sempre contigo,
Sentir a tua na minha mão.
Trago-te sempre, amor, comigo
Dentro do meu coração.

O cheiro do teu regaço
O calor do teu olhar
O colorido do teu abraço
Quando me vens abraçar
São carícias do vento ardente
Soprando do mediterrâneo
Como um beijo teu tão quente,
Arrepio momentâneo
No meu peito a palpitar.
São a praia, são areia,
São o rio e o mar alto,
O céu limpo, a lua cheia,
O sol a brasir o asfalto,
São árvores a ondular
No orvalho da manhã,
São os prados a verdejar,
São pinheirais ao luar
À espera do amanhã.
São o encanto da madrugada,
No piar dos passarinhos,
Cantigas de alvorada,
Uma algazarra animada
De canários e estorninhos.
São riachos de água pura
Jorrando duma fonte mourisca,
São meneios com candura,
Belos trechos de bravura,
Denodo de alpinista.
A tua boca singela,
Solta-me ósculos de amor
Pintados em aguarela,
Maravilha numa tela
Ornados de esplendor.
Se sonho tanto contigo,
Com a tua tez suave
São teus olhos que m'amimam
Que me enchem de saudade,
É do teu sorriso brilhante
Bordado em estrelas de luz,
Lembrando-me um diamante
Tão límpido e rutilante
Que m'enfeitiça e seduz.
De noite quando me deito
Ao frio da escuridão
Trago-te, amor, no meu peito
A aquecer-me no meu leito
A iluminar-me o coração.
És o mundo que perdi,
Meu desejo de paixão.
Tanto amor sinto por ti.

1 comentário:

Fatima disse...

Li...E fiquei a pensar...que há talentos brutais nesta bloguesfera.
Um poema lindissimo.
Desculpa o atrevimento, mas vou levá-lo comigo.

Bjo
Fatima