quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sonho

Sonho.
Tudo o que almejo é-lhe medida.
Corro por orlas infindas
À procura de mim,
Perdido entre flores tão lindas
De um pequeno jardim.
Na bruma, perdida, segue vida
Sem se despedir.
Tiro-lhe o chapéu e sorrio
Um sorriso acanhado.
As rugas do franzir da testa
São meu ar cansado.
Deixo-a ruir.
Só o sonho é meu refúgio,
Se ela me é adversa
Como fortes correntes dum rio
Onde me abafo e afogo
Num ramalhete de injúrias.
Sonho
E me encontro num toque de estranheza
Com o alheio que virá advir.
Sonho e me desperta a leveza
Quando me deito
E deleito
A dormir.

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