quarta-feira, 28 de julho de 2010

A marcha do medo

Choro as mágoas das montanhas no Inverno
E as chuvas gravadas em tremenda tempestade,
A angústia do fogo que alimenta o inferno
Desta vida que se esbate aos pés da idade.

Os pios ladinos são como lamentos roucos
De harmonia perdida numa cor escura.
Os risos de alegria, já tão raros e poucos,
São prantos trazidos no peito da amargura.

As lágrimas vertidas salgando a terra
Fazem ninhos de palha e tão fina prata
Da bruma ardente que se abate e cerra

Tingindo de breu o céu, outrora azul.
Do norte, assustado, aguardo o tormento,
Temendo o terror que marcha do sul.

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