sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O fado da estrada

Saía de casa airoso e cantante
Com casaco vistoso numa cor gritante
O homem que para a morte corria
E nem sequer se apercebia.

Um sorriso se lhe rasgava na boca
Lembrando um menino matreiro.
De leve gesto, venerava com praza
De mansinho, quem passava no passeio.

Foi a injúria da sorte pouca
Que lhe trouxe sombrio fado.
Tivesse ele... ficado em casa!

Pois pereceu num sinistrado.
O homem para a morte correu
E nem sequer se apercebeu.

Sérgio O. Marques

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