sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Folhas do meu livro

Sopra as folhas, um turbilhão tamanho,
Com memórias do que me não deslumbra.
As palavras, despregadas, em rebanho
Cintilam como estrelas na penumbra.

Fito o estranho livro de preta capa
E todas as histórias do que fui
Nas palavras escritas. Na lombada de prata
Finas letras lavram fogo que me alui.

Frases vêm a galope dum furacão,
As ideias incendeiam como o mar afoga
E as folhas queimadas já não são

Sequer lembranças d'ontem que o meu peito roga.
Restam longas sandices dum breve amor,
Versos escritos na alma a alegria e dor.

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