Motores e redutores
São ferros enlaçados,
Entre odores entrelaçados
Com transformadores
E cheiro lúbrico quente
Propulsando guindastes,
Martelos-pilões sobre bigornas,
Prensas, tornos dando tornas
(Produtos inúteis e trastes)
Num movimento demente
De cabos em cadernais,
Rodas dentadas frenéticas
De cremalheiras e muito mais,
Até coisas pouco éticas.
Máquinas e vapores
Aceleram a marcha social
De sabores e dissabores,
Auto-estradas sem nexo
Para mover capital:
Merdas que, lá bem no fundo,
Só servem para fazer sexo
No outro lado do mundo.
Cremes e unguentos
Escorrem o corpo de mel
E químicos pestilentos
Para esconder o sol da pele,
E dar cor à palidez,
Cor bronze de metal.
São motores mais uma vez
De sexo e capital.
Acabamos a comer chapa,
Papel de notas em maço:
Alimento, falsa capa,
Motor do fracasso.
É mercado financeiro
Dinheiro a trazer dinheiro atrás,
Sem riqueza fazer dinheiro,
Faz dinheiro que nada faz
Motor do mundo disnexo
Que cura males numa farmácia
E comunica com audácia.
Move tudo e compra sexo.
Sérgio O. Marques
sábado, 4 de outubro de 2008
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1 comentário:
Esta industrialização devia pelo menos dar sexo mais barato:)
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