A selecção
É orgasmo, é orgia
É bacanal, é folia,
É festa, é tesão
Em frente à televisão.
O esférico canta
Nos pés dos marretas,
Chevainos e chianos
Armados em vedetas,
Batendo nas malhas da manta.
Gritam: golo! Golo!
Orgulho nacional:
Cada pancada, cada tolo!
Viva Portugal!
Gritam num berro masturbado
Dum deleite libido
Sucando côcos até ao engasgo,
Sumo seminal.
Soltam um gemido
Lascivo de prazer.
Quando entra, entra a doer!
Ficam pêlos púbicos erectos
Enriçando-se em treliça
A formar ângulos rectos
Ao ver-se a bola na baliza.
Se falha o devasso,
O golo que não vem
E o tempo é escasso
Não cai nada bem...
Erro crasso
Tarda o orgasmo,
Dá-se um marasmo,
Mói e remói o dói-dói
Até ao espasmo.
Então, espuma-se esperma pela boca,
A sorte pouca
E aí é que dói,
O árbitro é que rouba,
Tem pouca roupa.
Dá-se a ejaculação
Com grande precipitação.
Voam perdigotos, como espermatozóides
Megulhados nas trompas
A correr ao desvario.
Quanta desilusão!
Fica tudo de trombas,
E de caras amonóides.
É um arrepio,
Ouve-se o assobio.
Acaba-se a tesão,
O orgasmo, a orgia,
O bacanal e a folia
Em frente à televisão.
Lá vem a selecção.
Traz uma faixa
E um lenço de mão.
Volta a toque de caixa,
Ao som de pianos,
Com um dedo no ânus.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário