domingo, 18 de outubro de 2009

Pela mão de sua mãe

Por estas ruas sem tino
Onde não anda ninguém,
Segue um pequeno menino
Pela mão de sua mãe.

Numa mão leva um brinquedo,
Na cabeça, um chapéu
Para o sol intenso e ledo
A brilhar forte no céu.

Com passo curto e apertado
De corpo claro e pequeno
Vai o menino aloirado
Ao sabor de doce ameno.

Uma camisa de linho
Desfraldada e uns calções,
Uns sapatos p'ró caminho,
Traz em si recordações,

Recordações da minha infância,
Era eu 'inda criança
Que ali passava também
Pela mão da minha mãe.

Nos lábios riso feliz,
O 'lhar alegre, tão bem
Segue contente o petiz
Pela mão de sua mãe.

Sem saber com que destino,
O qu' ir encontrar além,
Vai o pequeno menino
Pela mão de sua mãe.

Um sorriso iluminado
Na face, tão linda estampa
Com olhos esbugalhados
De inocência de criança.

Às vezes dá uma corrida,
Outras põe-se a saltitar
Certo que ao longo da vida
A mãe sempre o há-de amar.

Onde vai? De onde vem,
O menino que ali vejo
Pela mão de sua mãe,
Pela mão do seu desejo.

1 comentário:

Fatima disse...

Um belíssimo poema, daqueles que escrevemos quando somos invadidos pelas recordações de criança.

Bjo
Fatima