-Quem quer carapau do nosso mar...
(Vai brejeira, a pescadeira,
Pela rua àpregoar!)
- ... E sardinha vivinha a saltar?
Ó freguesa venha ver
O que tenho p'ra vender:
Maruca que é uma beleza,
Boa pescada p´ra cozer.
É barato... concerteza!
Já ao longe se ouvia
O vozeirão da peixeira
Como toque de alvorada
Mesmo ao romper do dia.
-De chicharro, um quarteirão,
Quero eu senhora minha
E, p'rà brasa do fogareiro,
Outro tanto da sardinha.
-Olha que bela pescada!
A vendedeira de peixe
Cantava-lhe bem animada.
-Fica para outra altura...
(Reponde-lhe a velha a sorrir)
-Não te vou comprar mais nada!
A varina torna àpregoar:
-Quem quer carapau do nosso mar
E sardinha vivinha a saltar?
A catraiada animada
Que também por lá andava
Imitava-lhe o pregão
Em perfeita entoação.
-Ó freguesa é barato!
A motejar a peixeira
Que não gostava da brincadeira,
Gracejava um gaiato.
Ia à vida, a cantarolar
Por outras ruas, outras praças
O seu distinto pregão.
Em qualquer sítio, qualquer lugar
Vendia-o à multidão
Com o seu ar sorridente
No tempo de antigamente.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
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