quinta-feira, 27 de maio de 2010

Tempo

O tempo que a morte traz,
O mesmo tempo que a vida ecoa
Parece correr à toa
Sem tino, destino ou tento.
Vem num sorriso ou lamento
Alinhar, em desalinho,
As linhas do ensinamento,
As maravilhas da ciência,
Tempo que leva ao esquecimento
Os azedumes da consciência.
Amadurece a idade e se ausenta
O tempo que se apresenta
Despindo as árvores no inverno frio,
Sem o qual, ao mar, não corre o rio
E, aos lábios rosados, um terno beijo.
Sem tempo não há desejo.
O tempo que vem na primavera,
Na ânsia de quem espera
Uma sincera prenda de amor,
No desabrochar de uma flor
Colorida em verde ramo
E num pipilar assaz jucundo
É o tempo que move o mundo,
Tempo de te dizer que te amo.

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