Lá longe naquela ponte
Vejo-me no passado da meninice,
Nos límpidos murmúrios da sandice.
Mais além naquela casa arruinada,
Esconde a sarça rupestre, de ser indolente
Um sorriso agreste numa boca incocente.
Ainda mais além naquela árvore
Ouço a cor do rouxinol e duma flor a fragrância
A pintar de arrebol a face da minha infância.
Muito mais além disto tudo
Para lá do horizonte, para lá do tempo
Sinto a deidade da fonte, sinto a luz do nascimento.
Sou ser pensante, aspirante a ser feliz.
Vós, entes da natureza, nesta margem meditai
Pois o rio que aqui passa é o rio que para lá vai.
Quero virar-me para trás
Para poder andar para a frente
Cantar de contente a sorte duma coisa que é sabida,
Não a certeza da morte, mas a beleza da vida.
Sérgio O. Marques
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
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1 comentário:
Não te sabia poeta.. Os meus parabéns!!
Quanto ao meu blog, realmente tem estado em coma: nem é actualizado, nem morre de vez. Mas quando tiver mais tempo livre vou fazer uma mézinha a ver se ele arrebita.
Bjs!
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