Num banco estava a pandorca
Sentada. Com sonoro arquejo
Comia como uma porca.
Era razão de motejo.
Desmedida compleição
E de têmpera irascível,
Era o que a minha visão
Se me afigurava crível.
Era fria no olhar,
Insensível no trejeito
E fazia balouçar
A cruz que trazia ao peito.
Decidi interpolar
A sujeita. E com calma
Acabei por confirmar
Que a pessoa tinha alma.
Com sorriso me apontara
Enquanto estendia a mão
Que vero lhe vira a cara
Não lhe vira o coração.
É a pandorca hedionda
Quem sabe como ninguém
Que quem não tem que se esconda
Não sabe aquilo que tem.
Sérgio O. Marques
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
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