Já não és o rio que eras,
O garrido menino que corria.
Padeces inquieto na melancolia
Que te afligem duras quimeras.
Como um indigente na amargura
Que sofre num silêncio fechado
Sonhas em te libertar do pesado
Fardo do martírio da usura.
Foi essa ganância inclemente
Que se atreveu em te eivar.
Tu que lavas tanta gente,
Quem te vem a ti lavar?
Nesta arbórea margem definho
Com a angústia de um amigo.
E para não chorares sozinho
Choro sozinho contigo.
Mesmo sem beleza que se goste,
Que se cante em tom loquaz,
Para mim sempre serás
O rio que sempre foste.
Sérgio O. Marques
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