domingo, 8 de junho de 2008

Amor condenado

Um dia amei alguém.
Não me amava, amava outrem,
Que já não ama, ama-me a mim.
Porque tem a vida de ser
Tão complicada assim?
Não sabia o que sentir,
Se chorar, se queria rir,
Se a querer esquecer.
Definhei, extenuei,
Muitas lágrimas derramei,
O meu refúgio encontrei
No regaço de outro alguém.
Foi um amor enganado,
O nosso amor, amor danado,
Condenado à razão.
Não perdemos ocasião
Em entregar o coração,
Ainda nos desejarmos.
Nos amamos, nos amávamos,
Só então não nos quisemos.
Quiçá não nos merecíamos,
A querermo-nos merecer
Na paixão, no desejar
No nos querer, nos amar.

Sérgio O. Marques

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