terça-feira, 24 de junho de 2008

Astros

Olho o céu e miro, fascinado
Os astros no seu movimento perpétuo
Ao sabor das equações seculares.
Não sei se são mestres do fado,
Se nos sabem o destino incerto
Ou se fluem espectaculares
Numa harmonia celestial,
Sabedores de física-matemática.
Sinto, no sangue, tamanha extática,
A sua maravilha que me ferve,
A sua inteligência fenomenal
Que me inflama todo por dentro:
-Eles que nos mostraram o tempo,
Nos ensinaram as estações,
Cujo exímio bailado nos serve
De guia, nos vela à noitinha,
Nos orienta e nos adivinha.
No seu seio borbulha a alquimia,
Toda a química que nos faz matéria,
Que nos forma o corpo e carne,
Material invólucro de sensações.
E tudo isso é estonteante magia,
Pois, para nós foram criados,
Para, por nós, serem vislumbrados
Depois do pôr do sol de cada dia.

Sérgio O. Marques

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