Caminha só nas escaldantes
Areias do deserto.
Os lábios crestados pelo sol
Imploram um pouco de água,
Nem que seja uma pequena gota.
Sente que do destino está perto,
Que se vai cobrir com um lençol
Doirado num berço de seda fina,
Palácio maravilhoso.
São só miragens a trazer ilusão,
Apenas o aguardam as noites frias
Da escura solidão.
Avança denodado, sequioso
Companheiro da esperança
Enquanto esta não o abandona.
Avista oásis mirabolantes
Povoados de gentes espampanantes
Alimento da perseverança,
O veneno do coração
Do ser incúria da decepção.
Com lânguido cambaleio
Prostra-se, mãos na face,
Joelhos no chão
E tantas lágrimas por chorar.
Nada mais o alenta,
Nada mais o acalenta.
Olha para trás e o que vê?
Tão somente as suas pegadas
Apagadas pelo vento
Da vida que já nada tem para lhe dar,
Nada para o fazer lutar.
Desiste no meio de nada
E no nada cai.
Sérgio O. Marques
domingo, 22 de junho de 2008
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