A razão é amargura
Que nos veste e por ela
Escondemos a forma pura
Do corpo, de si tão bela.
Ela pesa a consciência
Não a mede ou avalia,
Apenas carcera com veemência
A liberdade natural e s'atrofia
Com vãs águas desditosas
Que não voltam a passar
Nem moínhos volvem mover.
Só mesmo com razão são glosas
De histórias por contar
Memórias de entristecer.
Ela é mãe de todos os reis
Soberanos e presidentes,
De falsas e inúteis leis
E políticas aferentes.
Não há razão num desabrochar,
Em dar à luz, nascimento,
No fim da vida, perecimento,
Nem razão poderá haver.
Despe-se a natureza de mal,
Não é injusta ou sem dó
Para ela mesma, não há razão
Nem razão por si só.
A razão é irracional,
É ilusão, é mera punição
Ao pecado original.
Sérgio O. Marques
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
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