Erguer a cabeça e sonhar
Move força e música de alaúde
Alegre, talvez vontade dum perdoar
Feroz de morte quem desilude.
Olhos fechados ouço a neblina
Erma e oculta ermida,
Vislumbre por trás da cortina.
São os sinais da vida
A fechar os mais antigos
Ciclos sob a abóboda celeste,
Respostas surgidas, caminho agreste,
Reencontro amigos.
Ela então passa e abraça,
Faz-me ser terna idade
Sem a temer, realidade,
Pois me alegra tanta graça
Com vestido às pintas de mãe.
Sou feliz porque já não temo chorar
No regaço de alguém
Que me feriu, que me matou.
A vida que dê o que tem para dar
Que eu serei como sou.
Sérgio O. Marques
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
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