Dia após dia, na varanda
Da sala, sentado,
Um rapaz novo, não anda
Pensa, o eremita enamorado.
Lembra um amor esquecido
Pelos olhos do lânguido olhar
Assaz triste, ora ferido,
Ora frio de gelar
Enquanto crepita lá dentro
O fogo da lareira.
Quão grande será seu sofrimento?
Sempre que passo, na cadeira
Repousa e lá está meditabundo
Mergulhado num pesar profundo.
Qual será a sua razão de existir,
Aquilo que o move e o faz ser,
O seu alento de viver?
Viver? Não sei se vive
Ou se há muito morreu!
Foi o amor que o esqueceu,
Um amor outrora audaz.
Esse amor que nunca tive.
Mas... Já esteve em paz,
Eu nunca estive.
Sérgio O. Marques
terça-feira, 16 de setembro de 2008
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