terça-feira, 16 de setembro de 2008

Teu toque

Um teu toque inaudível
Perfumou-me a pele de cor,
Um colorido imperceptível,
Um arrepiar fervor.
Dobreio numa carta de amor
Bem junto do coração
E suspirei de contente.
Arrecadei-o para recordação,
Uma proxémica demente.
Não mais outra quis sentir,
Preservei indefinidamente
Esse fragor fulgir.
Numa redoma me fechei,
Isolei-me do resto de tudo
Para tê-lo só meu,
Teu efémero calor, gesto mudo.
Deixei de ver o céu.
Nesse encosto fui-te, mulher
Sou-te, bela e doce menina.
Afago guardado em caixa pequenina,
Essência de sofrer.

Sérgio O. Marques

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