Segui pobre, pegadas
Dum rafeiro na areia.
Levaram-me a um lago
A espelhar lua cheia.
Na beira do lago
O trilho acabou.
O rafeiro? Quem sabe?
Nessa margem expirou.
Cavei um cova
Nessa terra escura
Para então encontrar
A sua sepultura.
Jazia já morto
Ao fim do caminho.
Na berma do lago
Morrera sozinho.
Sem eira nem beira
Ficara esquecido,
O rafeiro cansado,
Tão velho e perdido.
Tapei com cuidado
Os seus restos mortais,
O seu corpo acabado,
Já gasto demais.
Um lindo malmequer
Ao lado crescia.
Foi do moribundo
Única companhia.
Decerto ali parou
P'ra se saciar,
Bebendo da água
Límpida ao luar.
Pereceu o rafeiro
Ali abandonado.
Apesar de tão só
Acabou saciado.
Bebi essa água
Que o rafeiro bebeu
Contando cadentes
Estrelas no céu.
Em frente segui
Com passo certeiro
Trazendo no peito
O pobre rafeiro.
Calcorreio agora
Tantas estradas.
Lembro a nostalgia
Das velhas pegadas.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
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