quinta-feira, 16 de abril de 2009

O relógio da parede

Na parede, o relógio soa
Lindo trinado de outrora.
Cada nota, saindo ecoa
Do carrilhão afinado
Quando certa chega a hora
Quebrando o silêncio cerrado.
Ouve como o relógio badala
Cantando uma linda balada
Dlim dlão dlim dlão!
Chega a hora, cada badalada
Enche o vazio da sala
Numa uníssona entoação.
Tic tac tic tac tic tac
Como quem diz que ali está.
Mede os ciclos, conta o tempo
E sem tino vai o pêndulo
Andando p'ra cá e pr'a lá
Pois o relógio da sala
Com calma balada qu'embala
Marca as horas que nos dá.

Tic tac tic tac tic tac
O relógio, na parede, a batucar,
Nostalgia na quente tarde
Que não se apressa a passar
Numa leve percurssão.
Chega a hora sem demora! Então
Entoa um hino sofrente
Qu'entristece o coração
Nessa tarde morna e quente.
Vem a noite escura e fria
Trazendo encanto ao fim do dia.
Segue o relógio da parede.
Tic tac tic tac tic tac
À hora as badaladas trauteia
Como se saciasse essa sede,
Essa vontade de alegria
Que às trevas não receia,
Dum sorriso em melodia.
O mundo dorme e ele acordado
Sempre com passo acertado.

De manhã, em alvorada,
Ao raiar da madrugada,
Dlim dlão!
Mais uma hora passada
Badalando de novo a canção.
Volvem os ponteiros incansáveis
Apontando as notas do tempo
Em círculos e voltas intermináveis.
Tic tac tic tac tic tac
À hora certa, um lamento
Dlim dlão
À hora certa a canção.
Quando S'alinham ponteiros
Faz-se mover o carrilhão
E com batuques certeiros
Quebra-se o silêncio da sala
Em serena entoação
Que a quem desperto embala
E a quem dormindo, então
Acorda em terna alvorada
Ao nascer da madrugada
Com boa disposição.

Marca o tempo que passa,
Cada hora, minuto ou segundo
E a sua harmonia tem graça.
Esquece o resto do mundo
O relógio da parede da sala
Que à hora certa badala
Uma balada clerical
Inundando de música a sala
Com um som angelical.
Tic tac tic tac tic tac
O pêndulo oscila libeiro,
Andando de lá para cá.
Dlim dlão
Revolve certinho o ponteiro
Apontando as horas que dá
Sem saber as horas que são.
Também por ele passa esse tempo
E bem certo esse tempo mede
Dando contas à velha idade,
Contando em o breve momento,
Cada passo de efemeridade.
O relógio que tão bem embala
É da parede da sala.

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