Ouve-se o telefone - Trim Trim!
O burro acorda sobressaltado,
Irritado por acordar assim!
-Quem será? - Pensa curioso.
Atende! Do outro lado fala o boi.
Pergunta-lhe, então, o burro: - Que foi?
Visivelmente furioso.
-Aconteceu algo incrível na praça.
Continua: -Passou mona por mim,
A galinha de mau humor e sem graça,
Vermelha, a ferver e a dar à asa.
Seguia ligeira para casa,
Parecia que tinha levado um murro.
-Que aconteceu? Que tinha ela?
O boi tinha ganho a atenção do burro.
Responde-lhe: -Chamei-a da janela
Mas ela continua sem me dar sinal.
Saí num rompante de casa e segui-a.
Ela nem sequer me respondia
Mas como sabes, o meu charme é fatal.
Contou-me ela que o grande amigo mocho
Que, apesar de gordo e coxo,
Gritava "eureka" e corria como um campeão
Sem lhe importar a sua admiradora galinha.
-Pobrezinha! Pobrezinha!
Ri o burro. -Afinal aí parece haver paixão,
E pelo andar da carruagem, também ciúme
Que a deixou a arder em lume.
O boi dá uma gargalhada com perspicaz observação
E diz: -concerteza, concerteza
É sabido que aí há amor repleto de beleza.
O burro faz silêncio por um instante,
Respira fundo e pergunta apreensivo:
-Será que o mocho conseguiu? Será que sim?
-Penso que sim, meu amigo!
Returque o boi hesitante.
E deve resultar daí uma alegria assim.
-Temos de falar em pessoa.
Combinam um encontro na adega social.
Não discutem por telefone por não ser coisa boa
E trazer água no bico ou algo mais especial.
sábado, 23 de maio de 2009
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