A vida, essa, se desenha
Em folha de papel fino
Sem esboço e sem resenha,
Desenho sem tento ou tino
Com contorno indefinido
Num padrão em desatino,
Adivinha sem sentido
De rabiscos sem destino
Cada ponto, cada traço,
Cada risco em desalinho
Cada pinta em cada espaço
Cada linha dum caminho
São da ponta do pincel
A forma que de si é ser,
São o relevo dum cinzel
São aguarela a escorrer
São, do lápis que rabisca,
Gatafunhos respigados,
São sombras de vida arisca
Carícias de enamorados
Com tintas a vida pinta
Amor em todas as cores
Traz tristeza a negra tinta
Repleta de dissabores
Se se pinta um coração
Quando se dá uma flor
Desenha-se a emoção
De um afago com calor
Se um olhar é desenhado
Num sorriso colorido
Pinta-se um quadro dourado
Na presença de um amigo
A melancolia é tinta
De núvens dum tom cinzento
E a alegria se pinta
Com a cor do firmamento
Desenho que já se fez
Quando há vida ainda se faz
Contudo, no fim talvez
Se se acaba, se desfaz
sábado, 30 de maio de 2009
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