Perguntei a uma árvore verdejante
Onde frutos ia colher,
O que a vida tem para dar,
O que tem para oferecer.
Disse-me com jeito elegante:
Pergunta ao rio a passar
Onde me encosto a beber.
Perguntei ao rio
Que percorre tantas terras,
Porque é o viver fugidio
Arrimado em vãs quimeras.
Disse-me então a sorrir:
Pergunta ao mar, meu amigo
Pois para ele estou a ir.
Perguntei ao mar
Sereno e bravio
Qual seria o meu lugar
Neste mundo baldio.
Disse-me hesitante:
Pergunta ao luar
Que alumia a noite errante
Com seu brilho luzidio.
Perguntei ao luar
Com luz que me alimenta,
O que iria ser de mim.
Disse-me sem pestanejar:
Pergunta ao sol que me acalenta
E me faz brilhar assim.
Perguntei ao sol brilhante
Cujo brilho faz o dia
Porque sinto eu tristeza
E também tenho alegria.
Disse-me com firmeza:
Pergunta a uma galáxia distante
Com velha sabedoria.
Perguntei à nebulosa
Que de estrelas já foi mãe,
Porque a vida é tão penosa,
Causa sofrimento intenso.
Disse-me ela, graciosa:
Pergunta ao Universo imenso
Que nos fez e que nos tem.
Pergutei ao Universo
Onde existo, onde sou,
De onde venho, para onde vou
E que faço eu aqui.
Segreda-me um tanto disperso,
Com murmúrio de embalar:
A resposta que te dou
Sempre esteve dentro de ti
E aí sempre há-de estar.
Sérgio O. Marques
segunda-feira, 28 de julho de 2008
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