Tenho medo
Um medo atroz
Desta sede de vingança
E este algo que me aflige,
Me dilacera por dentro.
Estou no escuro
Envolto pelas trevas mais profundas
Em pranto e dor
E gelo infernal
Em cada lágrima vertida.
Grito rouco e a voz
Não me sai, definha
Nem sequer perturba o silêncio
Escondido no meu peito
Vazio de luz.
Estou sozinho e com medo
Como uma criança perdida da mãe
No meio de um mar de gente.
Tenho medo de rir e de chorar
De morrer e de viver.
Não sei se é no ódio ou no amor
Que deva fundamentar os meus valores,
As máximas que me fazem ser.
Não sei se é a alegria ou a tristeza
Que tenho por fiel amiga
E levo sempre comigo.
Não sei se quero continuar
Pois nem sei para onde ir.
Ninguém me indica o caminho,
Estou só e perdido.
Não quero odiar
Mas tampouco não posso amar.
É como sentir sem saber o quê,
Um algo sem forma e medonho,
Tormento nos sonhos
Das noites passadas em claro
Em que só a manhã traz alívio
Efémero enquanto o dia dura
E a noite não volta de novo
Com o seu silêncio perturbado
Por ingénuos zuídos quase inaudíveis.
Se durmo, pudera estar acordado.
Se desperto, quisesse eu estar a dormir
De não saber o que sentir.
Ninguém me acena com vontade
Ninguém que me abrace sincero,
Que me afague enquanto choro.
Só, caminho e caminho incerto.
Sérgio O. Marques
quinta-feira, 3 de julho de 2008
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