segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Viagem

As vagas enroladas no branco areal
Apagam as pegadas desta viagem
Pelo caminho trilhado sob o ardente sol
Iluminando o céu, cerúlea imagem.
Sigo o tropel, com passos de algodão
Até ao rio que no mar se aninha
Onde cada abraço é turbilhão,
História de encantar que, então,
Se resume a uma adivinha.
Surgem, assim, nesta senda
Os amigos que, no triste pranto,
São-nos a companhia em contenda,
A alegria, o doce encanto.
Espreitam-me cada inimigo,
Cada pedra que piso no caminho
Semblante deformado, grande perigo,
Gotas de cicutina num espinho.
Apraz-me saber o que procurar,
Não sei bem onde te encontrar,
Se te conheço e onde estás,
Sei que irei para onde tu vais
Sem não mais voltar atrás
Pois o trilho não é mais.

Sérgio O. Marques

Sem comentários: