sábado, 24 de maio de 2008

Estrada da vida

Caminho por esta estrada
Solitária. Só as pedras
Me acompanham os pesados passos
Num desdouro de nada.
O que lá vem, ora são quimeras
Ora erros crassos,
Mais nada de interessante.
Quem por mim passa, ri.
Ri como um infante
Tão contente de si.
Não sabem que choro por dentro
Mas mesmo assim ririam,
É o comburente do seu alento.
As pedras caladas
Dizem-me o que quero ouvir,
O estar calado.
Se andassem, não me pisariam,
Desvairadas
Caminhariam ao meu lado.
Só eu as piso e não queria,
Não o posso evitar.
Mas não as calcaria,
Sentar-me-ia a conversar,
A meditar em nada,
A desdizer o que ficaria.
Tenho de continuar.
As árvores abraçam esta estrada
Com flores e frutos ao fim.
Além a felicidade
Espera por mim,
É verdade.

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